Projeto Inclusão

Quando se pensa em inclusão, invariavelmente, remete-se à pessoas com deficiências físicas ou intelectuais. De acordo com o IBGE, no Brasil existem 13 milhões de pessoas com deficiência, correspondendo a 6,7% da população. Neste sentido, a Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora (AMEJF) disponibilizou um material amplo para que os centros espíritas sejam estimulados à uma ação mais ativa de inclusão.

No entanto, baseado na entrevista de Mylene Santiago, a equipe de trabalhadoras do espirita.info escolheu incluir neste conceito outras questões que consideramos importante, como gênero, sexualidade, raça e até mesmo, outras crenças.

Jesus e a inclusão

Jesus nos ensinou que o maior de todos os mandamentos é este: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Lc. 10: 27). Mas quem é nosso próximo? Logo em seguida, Jesus conta a história do bom samaritano (Lucas 10:25-37). Sem dúvida, nos coloca diante da proposta de que o próximo é todo aquele aproxima de nós solicitando algo sem que levemos em conta sua raça, credo, gênero, orientação sexual, etc.

A narrativa nos evangelhos é uma das mais populares, no entanto, ainda estamos longe de tratar o outro como próximo e menos ainda como igual. O que falta então? Educação.

No sentido da história do bom samaritano, Educação é, por si mesma, inclusiva. Como não entender a necessidade de inclusão se o próximo é todo aquele que nos pede algo? No entanto, o que se chama atualmente de educação não é essa de Jesus e mesmo a que Allan Kardec defendeu.

Ações:

  • Debates acerca da inclusão na educação espírita, leis de inclusão, experiências profissionais e pessoais

1a. ação: atendimento com intérpretes exclusivo para surdos na atividade do Diálogo Fraterno

2a. ação: organização de material didático para sensibilização para inclusão.

3a. ação: apresentação de orientações para a implantação de infraestrutura com assessibilidade e promoção da inclusão atitudinal nos centros espíritas

Objetivo:

A nossa proposta foi trazer meios para que os espíritas reflitam, trabalharem o autoconhecimento e desenvolvam em si mesmos a inclusão atitudinal de maneira efetiva conforme preconizado por Jesus, Kardec, entre outros.

Objetivos específicos:

Publicação vídeos de 30 min + 15 min para debates com profissionais das diversas áreas, de forma a poder gerar questões para debates, conhecimento e sensibilização do público.

Através de entrevistas com profissionais qualificados, mães, assistentes sociais, que possuem conhecimento sobre inclusão, buscaremos dialogar e pensar proposições para a autoeducação espírita, pautada na vivência e construção de valores, que são os verdadeiros pilares dos ensinamentos de Jesus e da doutrina espírita. Não pretendemos trazer aulas ou didáticas prontas, mas apresentar casos felizes e infelizes, problemas a serem resolvidos e pensados, para que os próprios espíritas desenvolvam suas habilidades de acordo com seu contexto. 

Ouça a nossa apresentação a seguir:

Alguns vídeos produzidos foram disponibilizados com interpretação para surdos na nossa playlist.

Temas:

  1. Entendendo a Inclusão
  2. Educação Espírita e infância
  3. Acessibilidade como direito à  inclusão
  4. Diversidade humana e espiritismo

Para contribuir ao debate:

A importância de se usar os termos corretos:

Por Cristina Maria Carvalho Delou (UFF)

O Consolador: Na evolução havida, inclusive do termo – de excepcional para especial -, no trato com essa realidade presente em muitas famílias, qual o item que mais pode ser destacado? R: Vou destacar aqui a questão dos termos, pois trata-se de assunto muito importante. Os termos são sempre questionados, mudados, na esperança de contribuir com a diminuição do preconceito. Mas o preconceito é a expressão dos nossos sentimentos de rejeição em relação ao outro. Enquanto for assim, não haverá palavras que resolvam a insatisfação com os termos. Veja: Kardec, professor sempre atualizado, usou os termos médicos em voga até a metade do século XX. Hoje as palavras são expressão de preconceito. A mesma coisa a palavra excepcional, cunhada por dona Helena Antipoff para falar de sua admiração em relação aos talentos das crianças com deficiência intelectual no Brasil pobre de 1930. Contudo, a falta de amor por si mesmo e pelo próximo associada à rejeição das verdades da vida espiritual faz com que os sentimentos de rejeição ainda sejam tão cristalizados na humanidade. Para as famílias isto causa um sofrimento muito grande porque enquanto houver preconceito em relação ao diferente haverá exclusão. E aqui tanto faz ser deficiente ou talentoso – a rejeição expressa o incômodo ou a inveja, ambos expressões de preconceito.

Extraído da Entrevista publicada no Consolador, em Ano 3 – N° 123 – 6 de Setembro de 2009

Recomendações:

Dicionário Espírita em Libras

Sociedade Pró-livro Espírita em Braille

Termos atualizados para tratar a pessoa com deficiência.

Canal Youtube do Instituto Benjamin Constant

Para futuros pais e mães de primeira viagem:

Assista um vídeo que explica o desenvolvimento da linguagem no bebê

Consulte o material e os links disponíveis pela AMEJF:

AMEJF – inclusão

Outros links de interesse:

Vídeo: o que as pessoas com deficiência estão cansadas de ouvir

Podcast sobre autistas: introvertendo – autismo por autistas

Índex para Inclusão. Manual para inclusão nas Escolas

Descrevendo a imagem para cegos

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